terça-feira, 24 de novembro de 2015

Sport 0 x 0 Atlético-PR - Glória eterna à canalhice. Este é o futuro do futebol: estádio transformado em estúdio

Gazeta Press
A trama foi muito bem arquitetada: pegue o único time outsider que incomodou os poderosos no Brasileirão 2015 e prejudique-o até onde for possível e deixe a inconstância técnica/psicológica completar o serviço. O "risco" de ter um time nordestino na Libertadores 2016 é de apenas 1% e não existirá mais na próxima rodada se Inter ou São Paulo vencerem seus respectivos jogos.
Faz tempo que a coisa toda começou e culminou pouco antes da antepenúltima rodada: portões fechados por conta de uma briga de membro de uma torcida organizada BANIDA do clube arrumaram treta em Curitiba. Nenhum deles foi sequer indiciado.
Já o clube, que proibiu a entrada até de símbolos da mesma organizada em suas dependências, é multado e joga sem torcida. O triunfo da escrotidão em todas as vias possíveis. Dura lex, sed lex e bola pra frente.
Até que clube e torcida deram seu jeito de estar ao menos perto do time. Milhares de torcedores se reuniram do lado de fora do estádio para acompanhar, via telão, a partida que poderia ser uma espécie de versão futebolística do Live at Pompeii, o famoso show do Pink Floyd que somente a equipe de filmagem assistiu ao vivo.
O que se viu em campo esteve bem longe disso. Apesar do esforço do time, parecia que a bola, entidade maior desta crença chamada futebol, estava em um daqueles dias em que se enche de vaidade, boçalidade e mimimi, como se questionasse "por que balançar a rede se não tem torcedor para comemorar?".
Por duas vezes ela, a bola vaidosa, teve sua vontade contestada por Hernane Brocador, apesar do camisa 9 parecer jogar de patins, e não de chuteiras. Nas duas vezes, a arbitragem fez prevalecer a vontade da pelota e anulou os dois gols. Na segunda vez, em um impedimento maroto, daqueles de perder o que resta de fé nesta canalhice chamada futebol brasileiro. Sem contar três pênaltis não marcados, bola na trave e outros tantos gols perdidos.
Sport jogou e teve chances de vencer. Não adianta reclamar de arbitragem, apenas ter uma ideia simples em mente: se algum time de fora do jet set fizer gracinha, é só cortar a asinha.
Para quem manda no futebol de Pindorama, time nordestino só serve se for simpático ou postulante ao rebaixamento. Coisas que o TIME DAS COTAS não foi em nenhum momento. Os comedores de rapadura meteram o dedo na cara dos poderosos, conquistaram vitórias memoráveis sobre alguns deles e escancararam o tratamento dois pesos e duas medidas da arbitragem brasileira.
E em meio a tudo isso atingiu seu melhor desempenho na era dos pontos corridos faltando duas rodadas para o fim do campeonato. Não que isso seja motivo para comemorar. Mas que a torcida seja justa ao menos desta vez e ao menos reconheça o feito. Com um pouquinho de boa vontade dá até para valorizar.
Blog do torcedor com Maurício Targino

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