Sport x Santa Cruz com toda sua rivalidade costumeira, seus jogos viris, suas torcidas apaixonadas, tornam esse clássico um dos mais difíceis de comando. E como acompanho o futebol de lá, posso afirmar sem errar que este foi um dos mais difíceis de apitar. Aí eis que surge um visionário, uma comissão especial, capitaneada por Salmo Valentim e escala uma árbitra central, após 25 anos de ausência, para apitar essa grande partida. Aposta? Loucura? Marketing? Débora Cecília provou em campo que não, apenas talento nato, independente de sexo.
O que se viu na Ilha do Retiro foi uma verdadeira aula de arbitragem, altivez, preparação física e psicológica para uma profissional exercer com galhardia sua função. Perfeita tecnicamente, precisa na parte disciplinar, Débora peitou jogador, acalmou ânimos, conteve brigões, distribuiu simpatia e competência em solo ríspido. Placar consolidado sem contestação, coroando seu trabalho e a confiança de quem a habilitou estar ali.
Nominar e destacar a atuação da garota não significa esquecer sua equipe envolta masculina, com nomes de destaque no cenário nacional, a exemplo do seu reserva Emerson Sobral, uma vez que a auxiliaram com a mesma competência, despidos de vaidade ou preconceito, típico do excelente quadro Pernambucano. Apenas o NM quer denotar que talento, condição, modus operandi, independente de sexo, credo, cor, raça e que apenas, exclusivamente de oportunidades.
Neste final de semana São Paulo x Corinthians, Flamengo x Vasco, CRB X CSA todos irão ser lembrados por erros crassos de arbitragem, inovações discutíveis no quesito segurança de trabalho, mas em Recife a árbitra Débora Cecília, juntamente com a CEAF/PE, escreveram o nome na história com competência e profissionalismo.
Parabéns Cecilia, parabéns Federação e Comissão de Arbitragem de Pernambuco.
fotos: Leiajá.com
APOIO:
Nenhum comentário:
Postar um comentário